Por que torcemos pra Tancinha ficar com o Beto?


     Ma ó, nem vem me encher os pacová que eu não me tô boa com esse final de Haja Coração!
     Não foi nada fácil assistir a tristeza da Tancinha, do Beto e de todas as betancinhas do Twitter diante de um casamento tão devastador como o deles.
    Tudo bem, o Beto errou mesmo, errou feio, errou rude, errou demais quando decidiu tramar pra separar a Tancinha do Apolo, mas ah... Foi por amoooor! Ele quase matou uma pessoa? Quase. Mas foi por amor... Ele fez a Tancinha ser humilhada diante de toda a vizinhança? Fez. Mas foi por amor! E a gente torce pra eles ficarem juntos ainda? Torce. Por amor!
     Não que esse sentimento justifique tudo, mas vamos pensar. Diferente do caso da louca da Bruna (que já tentou matar a Camila, já explodiu coisas, já sequestrou Giovanni), que também alega fazer tudo isso por amor, o Beto se arrependeu minutos depois de ter realizado a armação que separou Apolo e Tancinha. E a maior punição dele é a culpa, o remorso, a vergonha de si mesmo. Todos esses sentimentos foram crescendo nele a ponto de ele reconhecer que não merecia o amor da Tancinha, a ponto de ele chegar exatamente aonde queria - o altar - e não conseguir cumprir a própria meta. Mas ele está enganado, né? Porque nós sabemos que ele merece. Porque nós estamos vendo de fora, e é muito clara a transformação positiva do Beto na vida da Tancinha. Ele a ajudou a montar um restaurante, ele a levou pra viajar e conhecer novos lugares, ele encarou o desafio de adotar as crianças por ela, ele foi amigo quando ela precisava e foi amante quando ela quis. A Tancinha melhorou muito depois que se envolveu com ele. Saiu da casinha, do sonho de boneca que ela tinha com o Apolo. Tornou-se independente, mais forte e menos barraqueira.


     Eles transformaram um ao outro, e é por isso que torcemos por eles. Nós também erramos muito por amor, nós nos arrependemos e esperamos uma nova chance para nos redimir com quem machucamos. Isso nos torna humanos, e talvez daí surja nossa identificação com o Beto. Ele não é perfeito. Ótimo! Ele é um de nós. E acreditar no perdão da Tancinha é acreditar que o amor é capaz de superar nossas falhas, mesmo graves.
   Sem falar que eles têm o humor parecido, o jeito atrapalhado, a ingenuidade transparente. Eles são um casal muito mais real do que o casal que Tancinha formava com Apolo: um romance idealizado, juvenil e antiquado.
     Se for pensar friamente, Tancinha termina a novela com o Apolo, afinal a história leva a isso. Eles foram vítimas de um rompimento forçado e se machucaram muito com isso. Porém, se levarmos em consideração o lado emocional, nesse andar da carruagem, Tancinha parece não amar mais o Apolo. Ela está decepcionada com o Beto e sentindo que foi injusta com alguém que foi tão vítima quanto ela, mas não significa que ainda exista amor nessa relação. 


     É difícil adivinhar qual rumo essa história vai tomar agora na reta final! Mas eu (que já mudei de ideia mais vezes do que a própria Tancinha), no momento, torço pelo Beto, o ser humaninho todo errado da Vila Madalena. E vocês?
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