''Que rei sou eu?'' e a forma atual de falar de política


        Ah não! Um post sobre política num blog sobre novela. Não quero
     Calma, miga, eu também não quero! Isto não é um post sobre política, sobre direitas, esquerdas ou pontos cardeais, mas sim, um post sobre como uma novela de 1989 (27 fucking anos atrás) consegue falar sobre este tema de forma tão atual. Chega a ser impressionante, para não dizer deprimente.


     A história fala sobre o reino de Avilã, comandado por uma rainha caprichosa que não entende nada sobre governar um país. Para isso, ela tem a ajuda de seus conselheiros (o que na democracia corresponderia aos ministros), homens corruptos, que mudam as leis a seu favor e encontram formas de explorar o povo em meio ao caos de uma crise financeira. Longe de mim querer puxar sardinha para algum lado, apesar de acreditar que nenhum ser humano é imparcial, mas o que quero destacar aqui é a bagunça no reino. A grande bagunça que nos assola desde 1500.



     Dentre os conselheiros, apenas um é bom e preocupado com o povo, por isso, os outros logo tratam de se livrar dele e de sua esposa Madeleine, mulher inteligente e feminista.
     A história também conta com romances complicados, um revolucionário infiltrado que se passa por bobo da corte, e um mendigo que é treinado para ser rei. Mas é claro que o grande personagem da novela é Ravengar, um bruxo inteligentíssimo com visões políticas dominadoras. Numa das cenas, Ravengar faz uma previsão sobre o Brasil, que vale muito a pena assistir:



     No final é claro que o bem vence o mal, e o grande líder revolucionário do povo descobre ser o verdadeiro herdeiro do trono, assumindo assim a liderança de Avilã, após uma dura e violenta batalha contra os guardas do palácio.




   A novela satiriza de forma brilhante e engraçadíssima a política brasileira e a desorganização do sistema. É muito boa, tem em DVD e tem completa no YouTube para quem quiser ver. 
     Se você, assim como eu e como a Glória Pires, "não é capaz de opinar" sobre política, vale a pena assistir e perceber o quanto de tempo se passou entre a realização da trama e agora, e como as coisas ainda estão tão parecidas. Talvez isso te dê uma nova perspectiva da situação (ou não).
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